Parcerias: o caminho eficaz na exportação





Alessandra Nascimento (*)

A globalização tem gerado novas mudanças na economia mundial. Redução de barreiras comerciais, formação de blocos econômicos, maior especialização de mão de obra e, em contrapartida, um número cada vez crescente de desempregados. Nesse contexto as Pequenas e Micro Empresas se traduzem numa alternativa inteligente aos efeitos do mundo pós globalizado a partir de sua imensa capacidade de geração de empregos. No Brasil, por exemplo, elas são mais de 8,5 milhões de empresas e superam os 31,2 milhões de postos de trabalho, ou seja asseguram 51% dos empregos com carteira assinada. Seu impacto frente à economia é tanto que, somente em 2011 elas representavam 27% do PIB nacional. A Coluna Logística Portuária dessa semana vai analisar o peso das pequenas e micro empresas na economia brasileira.
Em momentos de crise, as PMES são as mais susceptíveis aos transtornos e dissabores causados em uma economia frágil.  Proporcionar maiores incentivos às pequenas e micro empresas para alcançar novos mercados, ancorado na adoção de políticas públicas voltadas às necessidades de cada segmento industrial contribuem para assegurar um ambiente mais harmônico. A redução da carga tributária e maior oferecimento de crédito a juros diferenciados são alguns dos instrumentos que servem de estimulo à exportação.
Um dado interessante remete a importância desse segmento no comércio exterior. De acordo com o Sebrae, entre 2002 e 2011 o valor médio exportado pelas PMES subiu de US$ 100 mil para US$ 193 mil o que representou 1% das exportações nacionais. A adoção de um olhar mais atento sobre a dinâmica dos pequenos negócios com a aplicação de regras mais adequadas ao seu cotidiano, solucionaria e minimizaria os gargalos, muitos deles, no caso específico do Brasil, decorrentes de uma infraestrutura que deixa a desejar e contribui para a perda da competitividade.
Apostar na exportação não é uma tarefa simples. Erra quem pensa que ela deva ser encarada como um simples ato de vendas fora das fronteiras do país de origem. O segredo começa pela forma como o empreendedor vai encarar a nova fase: a escolha dos novos mercados, desenvolvimento de competências gerenciais, decisão sobre o quê vai exportar. Após a consolidação no mercado externo, o próximo passo é elaborar estratégias que assegurem além de maior competitividade, diversificação de clientes e expansão de novos mercados.
Durante toda essa jornada, é fundamental investimentos em tecnologia, criação de embalagens adaptadas ao translado e ao modal utilizado, readequação da produção às normas técnicas internacionais, sem esquecer da parte de promoção como novos catálogos, tradução de informações para outros idiomas, analise da competitividade interna, alianças estratégicas, adoção de novas formas de comercialização, requalificação de mão-de-obra, acesso a financiamentos, dentre outros.
 A celebração de parcerias auxilia no decorrer desse processo. Contar com o apoio de entidades empresariais e órgãos governamentais têm se mostrado um excelente impulsionador. Para se ter uma noção dessa responsabilidade, no ano passado, cerca de 15.637 empresas, no Brasil, buscaram o apoio das seccionais da Confederação Nacional da Industria, CNI, espalhadas pelo país com o objetivo de promover a internacionalização. Segundo a coordenadora do núcleo de Pequenas e Micro Empresas da CNI, Suzana Peixoto, prover um ambiente de negócios favorável, com procedimentos simplificados para abertura e manutenção de uma empresa e redução e simplificação da carga tributária ajudam no processo. “Não podemos esquecer a legislação trabalhista brasileira, que é antiquada e não reflete mais os dilemas atuais do mercado de trabalho e entender que a tomada de decisões envolvem a inteligência comercial, a identificação de países alvo, core-business, parceiros e tecnologias”.
    

(*) O texto foi originalmente publicado no site Gente & Mercado.





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